Vanera de nego veio bem do tempo antigo Dos bailes de candeeiro salão de chão batido Vanera de nego veio do tempo do saraquá Da cachaça do alambiqui conservada no butiá Da erva-mate missioneira sapecada em barbaquá Vanera de nego veio encanta a plateia Quando a gaita velha se apruma tocando Vamo a noite inteira no lombo da vanera O povo dançando e levantando poeira Vanera de nego veio é tocada em poucas notas É floreada nos dois lados com a direita e com a canhota Vanera de nego veio é do tempo das coivaras Da enxada e do machado com cabo feito de vara Do arado pula toco e do cesto de taquara Vanera de nego veio vem dos tempos idos Do milho verde assado e soquete fervido Vanera de nego veio vem do tempo do celim O gado engordava no campo só com sal, grama e capim Churrasco feito na vala no espeto de guamirim Vanera de nego veio toca lembranças que trago Alegrando a gauchada nos fandangos do meu pago No estilo nego veio me despeço e vou embora Vou assim pegar meu rumo por que já chegou a hora Me lembrando do floreio da cordeona estrada afora