Um rosto de musseque Rindo-se do meu presente Um coração velho Com as mãos no cérebro Pensando num passado, presente-ausente Um anjo perdido no tempo Interrogando as suas lamúrias Com que litro de vinho voltar nas suas glórias? Uma felicidade rasgada pela globalização Memórias estupradas na virgindade do tempo Crianças mortas na curiosidade dos beijos Eu tive uma infância a preto e branco Mas com brincadeiras a cores Sim, eu tive uma infância a preto e branco Mas com brincadeiras a cores E da fornada ouvia-se vozes infantis Contra as barbas do soba Cuida da tua vida, que eu cuido da minha Já sou adulta! Memórias Memórias Das brincadeiras mortas A infância corrompida pelo sexo Óvulos atrevidos Gravidezes precoces Chuviscos nas lágrimas do poeta Uma sanzala inundada de tristeza Que abram o cemitério do meu passado E escavem a minha infância morta Porque quero vivê-la no rosto destas crianças! Memórias Memórias Méeeee Mórias