Anoitece calmo na favela Na janela logo ela A mais bela do lugar Musa estonteante Tem a sina de viver a esperar Ouve equidistante os peregrinos do trabalho Maus meninos, um boemeo a dedilhar Malicionsamente um samba antigo Que acabara de lembrar Tudo vira e gira treme e passa Movimenta os poucos quadros Da parede sem pintar Sei lá, reza pra chegar Sei lá se o amor existe Ou simplesmente já não há Por entre as ruas desse mundo Entre as curvas de outros corpos Em conversar por aí Ela realmente alí parada Aparenta se exibir Quando bem de longe avista o homem Se perfuma toda e some As cortinas vão fechar Logo o hemisfério vai sentir Dama da noite pelo ar