A milonga, em sua aurora, Abre as cortinas da noite; Vislumbra a pampa, lá fora, Da janela do horizonte. A milonga amanhece Tão sonora e luzidia... Como se fosse uma prece Abençoa as sesmarias. Milonga do amanhecer, Traz, pra alma, claridade. O sol que nasce na pampa Chega na hora do mate. A milonga, já desperta, Num instante se faz dia; É quero-quero em alerta No topo de uma coxilha. A milonga, em plenitude, É o dia que se prolonga. Há, no espelho do açude, Distraída, uma milonga... Milonga do amanhecer, Traz, pra alma, claridade. O sol que nasce na pampa Chega na hora do mate.