A cidade dorme no asfalto molhado E eu sou o guardião que não tem lar Cada sirene é um grito apagado E a minha cura não pode parar A imortalidade é um veneno lento Eu absorvo a dor que devia ser do mundo E o medalhão pesa com o seu lamento Lembrando o sacrifício mais profundo Ele me ofereceu o silêncio e o fim Dizendo que o caos era um erro lógico Mas se o preço da vida é a dor em mim Não há lógica que vença o toque mágico Eu sou o filho de Adonai A luz cinza-prata que corta o céu Eu sou a âncora que nunca cai Lutando por um tempo que não é meu Entre a ordem fria e o desespero atroz Eu escolho o erro, eu escolho o fardo Enquanto houver um único de nós Serei o último salvador, imortal e guardado Eu vi o fardo se tornar tentação Vi o amigo que virou lógica cruel O guardião da paz me deu a opção O descanso eterno, doce fel Mas a tua mão é a minha única prova De que a finitude tem valor real Não quero a paz que a escolha reprova Eu aceito o amor que é sempre fatal Ele me ensinou que amar é arriscar Que a perfeição só serve para o nada E se a única verdade é o tempo a passar Minha eternidade será gasta e amada Eu sou o filho de Adonai A luz cinza-prata que corta o céu Eu sou a âncora que nunca cai Lutando por um tempo que não é meu Entre a ordem fria e o desespero atroz Eu escolho o erro, eu escolho o fardo Enquanto houver um único de nós Serei o último salvador, imortal e guardado O medalhão agora está em silêncio O preço foi pago Mas a vida insiste A dor não é um erro É a coragem Eu sou o guardião da imortalidade A luz cinza-prata que corta o céu Eu sou a escolha, sou a liberdade Lutando por um tempo que não é meu Entre o fardo e o amor que não se desfaz Eu aceito o peso, eu aceito o amanhã E a cicatriz humana é a minha paz O guardião que nunca se engana