Somos sós, mas não estamos sós Somos água corrente Somos pedras que rolam Átomos conectados por eletricidade Do material ao imaterial Tudo que passa deixa algo e leva algo Num movimento que é capaz de transformar O universo gira do caos e do silêncio E a paz da explosão, do som Somos matéria cósmica e divina Material em putrefação Criando e destruindo A cada segundo aqui Do etéreo às cinzas Do profano à luz O que nos perpassa em vida Fica e desaparece Resignifica e se vai com o universo Como um sopro, como chuva num vulcão Somos um em um trilhão Átomos organizados Atirados, espalhados e reutilizados Um minuto é muito Uma vida é muito pouco Desintegralmente integrados Nesse divino caos Em um mergulho de volta ao útero Na placenta do mar local Um impulso nos sabores, cores e odores Da raiz mais radical Da pequenês do universo À infinitude celular Uma migalha, um próton De um grão ao pão Explosão coletiva Tudo enormemente cerebral Não há bem, não há mal! Apenas esse divino caos Não há bem e não há mal! Apenas esse divino caos Não há bem e não há mal! Ninguém é especial É inevitável Somos um só, conectados ao divino caos! Divino caos!