Cantor dê o canto aos pobres Nem morto se há de calar Pois onde puder chegar O canto desse cristão Não há de faltar um peão Que o faça ressuscitar O estancieiro se gaba Com gauchesca arrogância Pra ele, é extravagância Que seu peão viva melhor Mas não sabe esse senhor Que deve ao peão a estância Quem quer que tenha seus pilas Faz muito bem se os guardar Mas se os quiser aumentar Respeite a lei, sem acordos Quem em todo puchero gordo Só os sabugos vão restar Certa vez que sem trabalho Eu, por Tucumán andava Num rincão onde ajuntavam Cantores da madrugada Me apresentei pra pajada Pra ver se um gosto eu me dava Meio sondando o terreno Dei de mão num instrumento Até que, em algum momento Desatei uma baguala Com uma coplita rala Dessas que carrega o vento