Nas esquinas de Cachoeiro eu vi Cada lugar na sua coisa, como ele dizia, por aí E alguém gritava ao vento Cala boca, Zebedeu, deixa o homem cantar Que o mundo é meio torto, mas dá pra ajeitar Pisei no chão quente do Coco Verde Ouvi no rádio uma Doce Melodia E lembrei daquele sonho antigo De um bloco inteiro pedindo alegria Eu disse ao povo da praça Eu quero é botar meu bloco na rua, sim senhor E quem não entende o meu canto Que escute de novo, sai sempre do amor Porque Eu sou aquele que disse Que ninguém segura o trem do coração Mas a vida às vezes vira Um filme de terror na contramão Entre leros leros e boleros, fui tocando meu violão Se alguém disser não adianta, respondo: Adianta sim Até o meu pobre blues merece encontrar o seu fim E lá vem memória doída Pobre meu pai, quanto mais o tempo passa Quanto mais finjo que não sinto Mais a saudade me abraça Mas sigo firme nessa estrada Mesmo sendo uma roda morta que insiste em girar Porque a vida me sussurra baixinho Tem que acontecer, deixa acontecer, sem parar E se disserem que sou apenas Um velho bandido sem lugar Eu rio, porque só quem ama a música Sabe o que é viajar E eu viajei de trem pra ver Se encontrava o tal sinal De que todo mundo está feliz aqui na Terra Ou se só fingia ser normal E no fim deixei no vento Essa canção pro Sérgio guardar Que onde houver dor, ele bote festa E onde houver sombra, ele faça brilhar