Luz de candeeiro indiada toda faceira Levantando polvadeira na bailanta do rincão De chão batido é o piso antigo da sala Onde o rio grande se embala no tranco dum vaneirão Sou da Bolena, terra buena da fronteira Danço com loira e morena nem que acabe em confusão Sei dos caranchos garanto, não sou de briga Mas tenho um marca formiga pra um causo de precisão Abre a cordeona, seu gaiteiro, não se achique Pois nem que eu fique estropiado dos garrão Vou rodopiar com essas guria a noite inteira Bem a moda galponeira, sem errar a marcação! Chapéu tapeado e o pala veio no braço Campeando espaço, arrasto esporas no salão Sou um índio, feio, mas pra mim isso é bobagem Pois, não me falta coragem pra ganhar um coração! De vez em quando peço um trago no bolicho E sempre estoura um bochincho quando o baile é campeiro Eu sou vaqueano e depois de um gole de pura Cincho a prenda na cintura, desviando do entrevero! E se o macharedo se quedar meio entonado Me cuidando oitavado, nada disso me preocupa Pois lá nos fundos o pingo tá me esperando Sempre deixamo os fandangos com uma prenda na garupa