Peço licença senhores, eu estou chegando agora De roseta buzinuda tilintando nas esporas E basteriado de saudade de muitas tropas de autrora Sou troupeiro e cantador e venho ringindo carona Engraxo o fio da coqueiro, num churrasco de mamona Guardo risadas de China nas ileiras da cordeona Se acaso apeio num rancho, pra golpear um trago de vinho Carrego junto a cordeona, não gosto de andar sozinho Tenho um vício desde a infância, trocar canção por carinho Pois no rincão onde eu moro para as bailanta eu me resbalo Levo a gaita na garupa e ato o cacho a canta galo E as moça vão pra a janela só pra me ver de acavalo Sou mais ou menos assim nas horas de precisão Faço chorar a cordeona sei dedilhar um violão E entendo toda a perícia da boca de um redomão Hoje completou dez dias que cheguei de uma tropeada Com a saudade de uma China vinha de alma estropiada E a goela roca de abrir o peito na culatra da boiada