Toco cordeona faço verso e do lhe grito Por onde eu passo deixo as marcas no caminho No meu trabalho sempre me sinto um perito Sou indo quéra e me viro sempre sozinho Peço licença pra quem tiver comandando Venho chegando e quero aqui me apresentar Entro na festa e gosto de saltar calando Sou Missioneiro e não me entrego sem cantar A MInha cordeona é verdulheira É caborteira gaita velha de botão E traz o cheiro das domingueira Junto da poeira Que trago do meu rincão O desafio sempre me leva para a luta Mas tranco a bota não resvalo para a sargeta Enfrento as fera sem soiteira e sem garrucha De-lhe cordeona e meta e meta que é paleta Diz o ditado não tá morto quem peleia Por isso eu tenho minhas armas de valor De cantoria sempre trago a mala cheia Dentro do peito o coração de cantador Rio grande velho vem repontando o meu verso Pampa gaúcho sempre foi pátria pra mim Chão temperado e abençoado do universo E hospitaleiro desde o começo até o fim É bem por isso que me achego desse jeito Abro minha gaita toco canto e me repuxo Entro cantando cada vez mais satisfeito Pelo respeito de ter nascido gaúcho