Lá no rincão onde eu moro Me chamam facão pitoco Eu tenho um quê de certo E uns três ou quatro de loco Por qualquer dá cá uma palha Eu já me atraco no soco Entre rude e delicado É meu jeito, sim senhor Pra curá minhas enxaqueca Nunca precisei doutor Durmo de bota e espora E não rasgo o cobertor Pra mantê o corpo fechado Uso um breve na argibeira E umva vicha no chapéu De uma lonca de cruzeira Quando eu tomo meus tragos Me paro bem debochado Treme o facão na baínha Se me olham atravessado Não me sento em banco baixo Prefiro ficá acocado Nas criollas da fronteira Eu demonstro meu valor No pelo ou de boca atada Hay campana, sim senhor Me agrada abaná pra o povo Numa huelta de honor É bem assim que eu sou Foi bem assim que eu fui feito Não ando mostrando os dentes Quem me respeita eu respeito Não gostar de gente falsa É o meu maior defeito Tenho sete namoradas Me agrada viver assim Sete véias praguejando Sete sogro atrás de mim Elas pra me enchê de osso E eles pra me batê o brim