Eu venho de antigamente E tenho amor ao meu chão Pois trago no coração Meu mundo minha querência Sou fruto da descendência Da velha pampa bravia Quando o rio grande nascia Trazendo pátria na essência Quem me olha vê o retrato De algum bugre missioneiro Que na volta do braseiro Conta história pros mais novos O que foram os sete povos E o que existiu aqui Era nação guarani Com o Rio Grande aos corcovos Tem Heróis da Templa Antiga Mostrando o Rumo pra mim Me fazem ouvir o clarim Que ressou na coxilha Vou seguindo a mesma trilha Donde os ancestrais pelearam E muitos deles tombaram Na epopéia farroupilha Lutando emfrentei tirandos Com Saraiva em noventa e três Com Honório em vinte e três Na mais sangrenta revolta Esta saga não me solta Aumento o atavismo Liberdade e patriotismo Trago comigo de escolta Sou a voz do meu rio grande Cantando o pago nativo E ainda mantendo vivo Nosso passado de glória Guardando bem na memória Os taura de antigamente Que lançaram esta semente Para brota nossa história Nunca baixei o topete Ou pra inimigo me entreguei E às vezes que peliei Sempre aguentei o repuxo Meio anjo meio bruxo Sou desse jeito não mudo Trazendo acima de tudo Orgulho em ser gaúcho