O meu canto se confunde Assim num primeiro estálo Com o berro do boi manso E eo doce cantar do galo O tilintar das esporas E o relincho do cavalo Por isso eu canto e cantando Neste meu jeito crinudo As desventuras da alma Arranco com terra e tudo Meu canto é rumor de vento Numa noite enluarada Latir de cusco distante Vagueando na madrugada E o redobrar do cincerro tangendo A tropa da estrada Por isso eu canto e cantando Com toda a voz lhes garanto Se eu não vivesse o que eu sinto Eu não seria o que eu canto Meu canto é laço certeiro Do campeiro, domador E o grito do quero-quero Ao mesmo onde quer que for É o lamento indescobrido Dos desgarrados do amor Por isso eu canto e cantando Eu mando a tristeza embora Que a estrada dura da vida Não é pra trotear quem chora