Se o bate casco ressonga No tambor da gineteada A cena é comparada Ao pajador por milonga E se o corcovio se alonga É o ginete que se agarra A gineteada é uma farra Entre o solo e o espaço E a pajada é um abraço Do pajador com a guitarra O ginete corajoso Trança dedos entre a crina Enquanto as cordas afina O pajador telentoso O cavalo deita o toso Quando lhe soltam d'amarra Qual corte de cimitarra O ginete baixa o reio É inspiração no rodeio Do pajador com a guitarra A gineteada é uma luta De força e inteligência O pajada é a Querência Para quem diz ou escuta O cavalo é força bruta Que contra o saber esbarra E quando um pajador narra Com versos de improviso A cancha é o paraíso Do pajador com guitarra Seguem potro e ginete Numa dança desgranida Pro pajador dar mais vida Ao confronto no piquete O verso é só um lembrete Daquela dança bizarra Quando o céu mostra uma barra Pintando uma linda tela A pajada é uma aquarela Do pajador com guitarra O beiçudo arca o lombo Imitando a meia Lua E o bate casco acentua A pátria tocando bombo Se o ginete evita o tombo Vence o cansaço na marra E com jeito de cigarra Canta contente e troveiro O ginete é o parceiro Do pajador com a guitarra