Vem de acrabesto uma saudade redomona Um missioneiro quando canta é pura luz Traz um lamento que vem do fundo da terra Sente a tristeza quando enxerga aquela cruz Alma de terra que escramuça o sentimento Que vem do tempo das antigas reduções Carrega o grito de sepé na voz do vento Carrega o sonho libertário das míssões Missioneiro, missioneiro traz no sangue a velha seiva Dos que tomam chimarrão Missioneiro, missioneiro traz nos olhos o luzeiro e uma cruz no coração Um missioneiro quando canta é pura essência É a sina bugra que reponta esta emoção Traz a vertente desta raça colorada Sangue vermelho feita as veias deste chão Na parceira de um violão bem afinado Uma oito soco chega pedindo bênção E nunca falta gauchada no costado A mão amiga que lhe oferta um chimarrão Um missioneiro quando canta traz o hino Cargas de lança e cavalhada num tropel Um missioneiro quando canta traz o hino E a voz dos sino nas torres de são Miguel