Peço licença patrão pra me sentir a vontade Venho matar a saudade de cantar o nosso chão Ao tornear um chimarrão saúdo todos os rincões Na xucra voz dos galpões do Rio Grande redomão Sinto o calor do borralho unindo a nossa amizade Na velha fraternidade dessa crença no trabalho O destino é um baralho tentando a sorte da gente A alma ganha um presente e o coração agasalho Meço este sentimento de apego e de parceria E sinto todos os dias que algo cresce por dentro Embora exposto ao relento fica mais forte melhor Pois fiz querência ao redor do banco onde me sento Até parece que vejo um centauro no arreio e Pingos mascando o freio enduetado com arpejos Extrapola o meu desejo no sangue trago um legado De retornar ao passado na velha sina de andejo O que vivia nunca mais pois o tempo nos consome Dos tauras guarda o seu nome herança bugra dos pais Na terra a vida se esvai volvendo um prenúncio eterno De adormecer no inverno recuperando ideais