As coisas estão mudadas Ca na estância do patrão Vai de moto pra invernada Quem montava em redomão Não sou contra evoluir Nem questão de preconceito Mas me agrada um flete bueno Só pra não perder o jeito! Nos braseiros das estâncias Nem mais um fogo se faz O celular calou a proza Desde o peão ao capataz Modismo ronda os galpões Sem chama de fogo feito Mas me gusta proza e mate Só pra não perder o jeito! Nos rodeios da querência Pediu porta à evolução Chegou a tal de manta gel Desativando o chergão Mas sou de um tempo ancestral Que a tradição é um respeito Sou pachola no arreio Só pra não perder o jeito! Nos fandangos do meu pago Sinto um desgosto profundo Prendas dançando maxixe Num ambiente de outro mundo Porém sou da moda antiga Danço um xotes bueno um eito E as vezes afiguro um tango Só pra não perder o jeito! É lindo quem tem capricho Na vida, lida ou amor Hoje não acha na venda Um amigo pra fiador Caráter se traz de berço Embora sem ser perfeito Foi Deus quem nos fez assim Não vamos perder o jeito!