Sou dos tempos de antanho Que a consciência era mais pura Onde a honra e o respeito Se leva pra sepultura E quem falava a verdade Tinha grande envergadura Com meu pingo nos arreios Bandeava qualquer rio cheio Sem me importar com a fundura Sou nascido da semente Germinada em chão pampeano No rio grande irreverente Berço Natal do vaqueano De um Getúlio presidente Exemplo de ser humano Criou leis na pátria macha Mandou de bota e bombacha Neste Brasil soberano Sou alguém que toca e canta No velho estilo campeiro Tenho gosto ao dizer Que sou do sul brasileiro A cultura do meu povo Ninguém compra com dinheiro Digo com toda certeza Sou a tradição acesa Contra o costume estrangeiro Sou aquele que traz no miolo Do cabedal da razão Lembranças de eras passadas Com guerra e revolução Lutas cruéis de fronteira Fazendo a demarcação Deste pensar se expande O amor sem fim ao Rio Grande Que inunda meu coração