Num final de tarde depois do serviço, eu encilho o mate pra tomar com a prenda Vou palmeando a cuia entre um gole e outro, trançando uma prosa num oitão do rancho Falando em serviço e em coisas boas, chego na patroa e lhe faço um agrado Pego na sua mão e lhe faço um carinho, pois quem planta amor jamais colhe espinho Quando eu cevo o meu mate eu preparo a capricho, são coisas do oficio deste velho peão Trago esses costume desde a minha infância, que herdei das instancias lá do meu rincão Minha água aquecida na velha cambona, que as vezes desmorona e me apaga os tição Eu faço e refaço reavivo este fogo que ali amanhece aquecendo o galpão O meu rancho é simples, mas é macanudo, lá tenho de tudo não me falta nada Tenho sombra boa e uma boa aguada, onde eu tiro a minha sestia junto a minha amada Vou entre os coxilhos rabiscando uns verso, olhando o universo buscando inspiração Risco ali no chão, mais uma canção que fala de amor e de bom chimarrão