Seu douto, me de licença Pra minha história contar Hoje estou em terra estranha E é bem triste o meu penar Mas já fui muito feliz Vivendo no meu lugar Eu tinha cavalo bom Gostava de campear E todo dia aboiava Na porteira do curral Uê, ieira Uê, ieira Êh, êh, êh, vaca Estrela Ôh, ôh, ôh, boi Fubá Eu sou fio do nordeste Não nego o meu natural Mas uma seca medonha Me tangeu de lá pra cá Lá eu tinha o meu gadinho Nem é bom nem imaginar Minha linda vaca Estrela E o meu belo boi Fubá Quando era de tardezinha Eu começava a aboiar Uê, ieira Uê, ieira Êh, êh, êh, vaca Estrela Ôh, ôh, ôh, boi Fubá Aquela seca medonha Fez tudo se atrapalhar Não nasceu capim no campo Para o gado sustentar O sertão esturricou E fez o açude secar Morreu minha vaca Estrela Se acabou o meu boi Fubá Perdi tudo quanto eu tinha Nunca mais pude aboiar Uê, ieira Uê, ieira Êh, êh, êh, vaca Estrela Ôh, ôh, ôh, boi Fubá Hoje nas terra do Sul Longe do torrão Natal Quando eu vejo em minha frente Uma boiada passá A água corre dos meus olhos Começo logo a chorar Lembro, minha vaca Estrela Recordo o meu boi Fubá Com saudades do Nordeste Dá vontade de aboiar Uê, ieira Uê, ieira Êh, êh, êh, vaca Estrela Ôh, ôh, ôh, boi Fubá Êh, êh, êh, vaca Estrela Ôh, ôh, ôh, boi Fubá