Um Cavaquinho na Madrugada Os seresteiros, Quando chega a madrugada, Se reúnem na calçada, E cantam versos ao luar... E o cavaquinho, Dá começo à batucada, Acordando a bem-amada, Com vontade de dançar! Cai o sereno, Sobre as cordas afinadas, E até mesmo a passarada, Erra as horas prá escutar... E, da janela, A morena apaixonada, Ouve a turma da calçada, Com desejos no olhar! Na madrugada, O luar tem poesia! O seresteiro não tem hora prá chegar, Ninguém se importa se começa um novo dia, Pois qualquer hora, é hora boa prá cantar! E um chorinho, Bem gostoso, é dedilhado, E o povo todo chega perto prá olhar, A pinga boa queima o peito da moçada, A fuzarca vira a noite, até o dia clarear.