Gostava de poder acabar com esse fogo que te queima Queimar, apostar, voltar a tentar só para tirar a teima Mas eu às vezes começo a pensar, como este meu mundo estiver Vou continuar a tentar, aí seja o que Deus quiser E todo o terreno que eu piso Em pleno de terra ou de feno em vão Mantém-me sereno por fora ou por dentro É tudo uma plena questão de tempo Eu luto com o meu pensamento, confesso às vezes não aguento Dá-me uma raiva, um sentimento, mantenho a calma e concentro E chego a dizer o que ninguém diz Porque a vida não me dá fodas, mas mostra-me fetiches Mil e uma taras e manias, como é que eu vou ser feliz? Talvez querer o que nunca quis, tentar fazer o que nunca fiz Eu sei que por vezes errei, exagerei, senta-te e diz A linda flor que te dei, não a matei, foi por um triz Agora sinto-me um capricho, eu sinto que não valho a pena A ave que me dava asas perdeu o piu, perdeu as penas E se te dei foi porque me deste, contigo falhei, comigo fizeste 'Tô louco com o calor que aqui chegue e se despe Mas quando abre a boca, cala-te e veste Amor é muito mais que uma foda, é perceber o que incomoda Não ser uma planta sem poda, andar numa estrada sem rodas Tudo porque Tu vês o caminho que andaste para trás e é desilusão Tu vês muita escada, mas não vais descer, pois não tens corrimão Tu não vais para o frio sem ter um blusão Tu não vais para a guerra sem ter munição Não vais ser gato com vida de cão Não vais ser rico sem teres um cifrão, não, não Não quero ser mais um no meu bairro sentado à espera da morte Eu quero ir para o mundo de sorte Onde aquele que nasce não morre Abraçar quem lá teve e nunca correu Olhar para o meu tropa, sentir que é dos meus Sentir pensamentos, cada um tem os seus Sentir quem é money e cagar para os teus, brotha Andaste comigo na escola, passaste por mim já não me conheceste Eu continuo o mesmo, puto André, tu é que não aprendeste Achavas que eu tava na merda à pala de no passado ser um reguila As coisas mudaram, os anos passaram, até já me chamam de Dillaz Muito tropa que se faz de irmão Roubam-te o pés se lhes deres a mão Baixam-te a tampa do alçapão, roubam-te a luz, fica a escuridão E levas chapada, vinda do nada porque perdeste Se algum dia lutaste e se ganhaste, brother foi porque mereceste Não deixes que bocas te gozem Porque viram a tua primeira queda Se algum dia dormires na rua Não vão ser eles que lá vão pôr moeda Aprende e liberta tenta aquilo que ninguém vai tentar Tens que fazer, tropa faz hoje, amanhã pode não dar Pode não dar, pode não dar, pode não dar