Entenda a minha profecia Pois já começou Pra quem vive a realidade Isso não é um show Políciais subindo morro, invadindo favela Em busca de um troféu a mais Sempre tem a sequela Tiros trocados, malucos embriagados Em meio a gente descente Um inocente é finado Os corpos são empilhados O sangue jorra na rua, e eu aqui pensando Se a culpa é minha ou sua Cuidado com as crianças Pois elas estão doentes Viciadas em roubar e matar inocentes E eu tô perdendo os meus manos Depressa, bala perdida Pode se tornar bala na testa Mas quem atesta que meu discurso É legítimo, é se na TV o sistema É político, meu tema é crítico Eu vejo a cena, mesmo problema Partiu algema, ele é verídico Cruel e nervoso, círculo vicioso Ser perigoso, violento, pacífico A minha rima é pesada Segura a parada, profeta do microfone Na minha quebrada O meu discurso é sério E eu não vacilo (Aqui estou mais um dia) Entre o certo, o errado, sagrado, maldito (Aqui estou mais um dia) Só repara nos pobres quando Estão atirando, se mesmo Querem notícia, mas não se olham No espelho, do lado de fora Da janela do busão, a paisagem é cruel O filme é de ladrão, onde a polícia Quase sempre é o vilão No fundo todo mundo sabe Mas dizem quem não Eles protegem a escória Condena o cidadão, e o país tá falido Em meio a corrupção, daquele Mesmo partido, que defendia o povo Mas hoje tá mentindo, e roubando De novo, falam de droga, de crime Querem que eu assine Mas esse B.O. não é meu Eu já vi esse filme, mas o diabo Tá me observando sorrindo E na minha direção ele continua vindo Eu tô ligeiro, tempo inteiro Não tô de bobeira, eu só queria que Deus Me ouvisse dessa maneira O meu discurso é sério E eu não vacilo (Aqui estou mais um dia) Entre o certo, o errado, sagrado, maldito (Aqui estou mais um dia)