Hah Ruas em guerra, o quarto era estúdio Seis vagabundo falando de mudança de vida pro povo Eu podia tocar o céu com a tinta da caneta São rimas que não conseguiria escrever de novo Copo cheio, mesmo com o bolso sempre vazio Parece que a gente multiplicava as coisas As horas, até as más notícias, as boas Um dia aprendemos a multiplicar pessoas Não tenho medo de ser criticado pelo que fiz Só não aceito ser julgado pelo que não sou Se o tempo fechar, posso até fazer um pouso forçado Mas ninguém nunca vai me impedir de levantar voo Homem nenhum na minha cara nunca levantou a voz Algumas mina, confesso, me fizeram de bobo Sempre fui verdadeiro quando falava: É nóis Até entender que era só força de expressão para os outros É que eu larguei os estudos pra focar nisso aqui E hoje, jovens negros se formam e botam isso aqui Pra tocar enquanto pegam o diploma Então é pra isso que vale isso aqui? Acordar os nossos do coma? Meus ídolos dizem eu pareço mais velho Pois mesmo novo já rimava diferente Não tenho 50, nem 60 anos É que trago 300 de sofrimento da minha gente Eu choro quando escrevo, as letras são minhas lágrimas Posso ser um colo amigo, só não vou fazer milagre Mas seja seu próprio espelho, te ajudo aguentar a porrada Sei que a vida bate forte, então esquiva ou fecha a guarda Eu sou livre Ouça o grito de um negro livre, escuta a voz do negro livre (livre, livre, livre, livre) Essa é a voz do negro livre, escuta a voz do negro livre (livre, livre) Ouça o grito do negro livre, escuta a voz do negro livre, livre Essa é a voz de um negro livre, livre Coyote sempre em silêncio (shh) Fazendo os melhor beat do planeta Nós curtiu cada minuto, parece que já sabia que essa fase passaria E só quem olhou pro céu viu esse cometa Sabe o que é olhar pro lado E alguém te dizer que você é o melhor Mesmo sem ser o melhor? Isso te faz acreditar que você é melhor (eu sou o melhor) Quando cê vê, você se tornou, de fato, o melhor (eu sou o melhor) A vida é uma ironia Gente morrendo porque fez sinal de paz com a mão O crime é o crime, eu sei bem, mas pro estado somos todos Membros da mesma facção Fazendo o serviço dos outros de graça Porra, se amém, desgraça Junta sua brisa com a dele que vira um furacão E nessa queda de braço, eu já fui pedra e vidraça E percebi que até o mocinho tem um lado vilão E a gente luta tanto e joga fora o tempo Perder tem seu encanto, a vitória é só um momento Eu sou rival de todos, mas do campo pra dentro Sempre com o mesmo elenco, e não importa o evento Ainda sou aquele que roubava no centro Dobrando a humildade a cada pavimento O amor de Deus é o mesmo, seja livre ou detento Quando entenderem isso, juro que me aposento Foram os erros me trouxeram aqui Quem só acerta, hah, vive num mundo de ilusão Então, se essas forem minhas últimas palavras Eu digo: Obrigado por tudo Não espere um pedido de perdão (de perdão, de perdão, de perdão) Ouça o grito de um negro livre, escuta a voz do negro livre (livre, livre, livre, livre) Essa é a voz do negro livre, escuta a voz do negro livre (livre, livre) Ouça o grito do negro livre, escuta a voz do negro livre, livre Essa é a voz de um negro livre, livre Um negro livre