Pensava tudo saber, ter sempre razão Privado repentinamente dessa ilusão Se vê num mundo estéril, frio e sem sentido Deixa o amanhã em um passado subvertido Não há mais motivos Não há mais verdades Não há (mais) salvação Não há o que perder Seus ideais não servem mais À sua volta, só vê animais Quantas criaturas sem futuro Vagando sozinhas, vagando no escuro Não há mais caminhos Não há mais certezas Não há mais razão Não há o que entender Pés de barro num chão de lodo Sente nas entranhas o incômodo Olha nos olhos o abismo profundo E decide se divorciar do mundo Não há energia Nem pulsação Não há o hoje Nem o que viver