[D’Ogum & Vibox] Na encruzilhada dessa vida eu me encontrei Sinto falta da minha terra, coroa de rei Sinto falta do mar, da água doce de lá Colhendo lírio com a mais bela, bela iabá Na encruzilhada dessa vida eu te encontrei Vejo na palma da sua mão, as linhas que tracei Cê sente falta de lá, se vier vai ficar Amor é o teto, diz Vovó Cambinda [D’Ogum] Saudade bate, é banzo É, por isso me fiz canto! Pra vê, se junto a você, se ecoa até lá Naquele lugar, onde o peito não conhece Mas nunca que se esquece e sempre quer ta lá, África! Se esquentar é se aquietar dentro da tua água doce, nunca fosse só frieza Dentro dela eu mergulhei e encontrei minha riqueza, Ah! Que nem é só pureza, firmeza?! Enviado pela lua, guiado nessas rua, Salve-Salve Tranca Rua A verdade é nua e crua, num é minha e nem sua Alma voz que soa, num é atoa que ecoa: Sente saudade, então busca: A raiz da sua coroa! Por um triz, nessa busca, quase o barco cai Nessa de sentir raiz, não saber pra onde vai, sai Lágrima de mim, sinto um magma em mim Costurei-me de retalhos, nesse chão que é averso a meu pé Num adversa meu axé e na falta de referência imaginamos como é [D’Ogum & Vibox] Na encruzilhada dessa vida eu me encontrei Sinto falta da minha terra, coroa de rei Sinto falta do mar, da água doce de lá Colhendo lírio com a mais bela, bela iabá Na encruzilhada dessa vida eu te encontrei Vejo na palma da sua mão, as linhas que tracei Cê sente falta de lá, se vier vai ficar Amor é o teto, diz Vovó Cambinda Abraço de Santo pra quebrada é Domingo de sol no sorriso, zé Quando te vi, enfim, fui contemplado Foi so risada, foi só risada [Vic Oliveira] Nossos corpos são becos e vielas estreitos Cada curva carrega uma mandinga inteira de sentimentos Conexões ancestrais fazem marcas na pele Vivências são marcadas em alma Afeto mora no peito inteiro A música transcende o ser Eleva o toque que ta contido em histórias, corações Baobá é esquecer, mas também lembrar De cada fardo carregado, cada herença roubada E assim como a árvore, nosso corpo tem raízes duplas Que nos Finca aqui em baixo Mas também nos transmuta Nos leva a outro plano Entre a terra e o céu nos encontramos Polos de energia nos materializa Pra ter força Força afro afronta dois pé no peito Não é atoa que somos pretos Nossa pele se camufla com a noite Em cada poro mora uma constelação de estrelas Magias Feitiços de ligação Nossa passagem na terra marca a travessia Cada passo fertiliza o banzo Erguer a mão pro alto purifica Energia nos guia Quem nos guia é nossos guias Caminhada até Orun Orun não tá só no céu Tá no corpo dos nossos No corpo de cada um