Há tempos chamavam-me xunga, essa melodia que ‘tá na moda Hoje então só vejo xungas, todos agarrados à mesma corda Mas acorda e vê, que nem tudo é o que parece à primeira Hoje a moda é rap, a moda é trap, produtos da mesma feira São poucos os fiéis, que ficaram a fazer aquilo que sempre fizeram Dou bênção a esses fiéis, que hoje ganham pois mereceram Sem tretas, sem manias, porque o bairro continua igual Mais de mil barrigas vazias, mas isso sempre foi normal Esquemas vão aparecendo, maneiras diferentes de um gajo pôr pão na mesa O meu esquema é acordar cedo, bulir, mas não fujo à minha natureza E a fraqueza do homem é ser o que não é, para mostrar o que nunca teve E fugir à responsa, quando em casa responsa que a família leve Mas sou apenas um contador de histórias, um lutador diário Tentando fintar o destino, aumentando mais um dia ao calendário Todo o otário tá gordo, bazofo, com o bolso cheio de falsidade Mas a verdade quem sabe? Só a verdade sabe a verdade Aqui continua-se a correr, aqui continua-se a correr Atrás da comida do pão para amanhã, acordar e continuar a viver (7x)