Você pergunta o motivo De tanta folia De tanta comemoração E a forma como a gente brinca Nos joga na vala ou nos tira a razão Mas note que o que está em voga É dizer que se volta pra população A raiva quando a mesma dança O motim não avança e alcança o chão Não fazia ideia que negar folia A quem até outro dia Só sofria, resolvia Avia o que Ser tão caxias Pois sabia que a alegria Também causa avarias No que nos nega o pão E o direito à poesia? De que vale essa marra Essa consternação Se tudo que a gente quer É estar em multidão Se só temos a estrada Se só temos a dor E a farra do trabalhador É a maior missão Eu não vejo onde se negar um beijo Vai mudar o brejo Então aproveitemos o ensejo Que amar é o que almejo Antevejo um mundo onde o molejo É geral pra quem peleja E que se alveje aquilo Que nos nega o pão e o festejo De que vale essa marra Essa consternação Se tudo que a gente quer É estar em multidão Se só temos a estrada Se só temos a dor E a farra do trabalhador É a maior missão De que vale essa marra Essa consternação Se tudo que a gente quer É estar em multidão Se só temos a estrada (Se só temos a estrada) Se só temos a dor E a farra do trabalhador É a maior missão