Palmeira de beira-rio Que o vento roça e balança Me lembra a moça morena Que mexe os cachos da trança Que fala como quem canta Que anda como quem dança Fazendo a brisa do tempo Mexer com a minha lembrança Palmeira de beira-estrada Que brilha em noite de lua Me lembra a moça morena A minha vizinha de rua Que um dia de madrugada Comigo ali deitou nua E a sua alma foi minha E a minha alma foi sua Palmeira de beira-mar Que desse chão é senhora Me lembra a moça morena No dia em que foi-se embora Foi no seu tronco meu pranto E é nele que é toda hora Meu coração de saudade Ainda se agarra e chora