Seu nome é Beto e tudo que ele fazia era reclamar Da sua roupa, do seu nome e do mal-estar De dente sujo e a barba por fazer O Bêbado da cidade é só mais um pra morrer! Da meia-noite pra frente jogado na sarjeta E antes das 6h já caçando problemas A cidade toda vinha a reclamar De Beto, o bêbado da cidade Sodoma! No dia 16 de abril, Beto recebeu uma visão No fundo de uma garrafa Vinda do Quasequistão Ela dizia: Você tem que seguir seus sonhos Seguir um novo caminho, sair do rebanho E Beto olhou pra água de uma cilha E viu um rosto que não queria Lavou sua pele como se fosse um animal E saiu de lá pronto pra ser o tal Foi pra casa como máquina Abriu a estante escondida da casa Uma mensagem de sua querida amada Não faça nunca que me meteu numa roubada E dentro de uma caixa de sapatos Um papel com nomes dentro de um saco Um caderninho com rosto humano Que gritava: Beto eu te amo! No dia seguinte a cidade estranhou Que Beto não tinha cheiro de esgoto A barba feita e a camisa asseada Um olhar brilhante e a gola passada! E o prefeito da cidade veio reconhecer Devia ser um turista magnata Dá pra ver, não pode ser Não dá pra ser Beto, o bêbado da cidade que só vivia pra beber! Ele dizia Abram alas, vou mostrar! O novo empreendimento Sim! Abri um bar! Aqui vocês podem vir Mas tem que pagar! Mas se não der agora Só me procurar! E foi sucesso da primeira vez Beto tinha o dinheiro de um rei Se comportava dentro da lei Ou era o que queria mostrar E Beto encheu seu salão de putas Drogas, apostas e uma mesa de sinuca No canto da parede uma mensagem assim Bem-vindos à Gamorra! Querem entrar? Podem vim! E ao cair da noite ninguém esperava Em pouco a pouco os clientes matava Todos eles sumiam do mapa E Beto a rir se perguntava Mas Beto ainda tinha coração Sua voz na sua mente dizia que não O bêbado da sua alma tava Gritando pra ser libertada! E no meio da bebida a voz saiu E mostrou pro xerife seu terrível covil Ela diziam Abram alas, vou mostrar! O novo empreendimento Isso é mais que um bar! Se aproximem e podem se ajuntar Esse é seu último E melhor lugar! Os tiros foram a pistolar De pop e pop, enxiam o bar De marrom pra vermelho E Beto gritando Ainda vou lhe pegar! E Beto caiu agonizado Com letreiro e a garrafa do seu lado Ele dizia ler sempre entrelinhas A mão que te apunhala é a mesma que bebia E Beto no seu último suspiro Pediu perdão por todo sem riso Dizia que ele só queria ser mais Do que um bêbado da rua 5!