Desculpe a pergunta superficial sobre o que andas sentindo Por cima da terra Por baixo do Sol Por cima da terra Por baixo do Sol Alguma coisa entre o tempo e o espaço Às vezes dá um nó na cabeça Observo a poça Nela pousa uma mosca que se afoga na beira É complexo O reflexo Entender televisão sem peneira É estético Tão sintético Analgésico do fim do dia Depois de suar Depois de esgotar-se e de acabar com toda Energia É deitar e entrar num coma? E depois? Acender feito máquina E fazer tudo tudo tu-tu-do Tudo tudo tu-tu-do Tu-tu-do tudo tudo Tu-tu-do tu-tu-do tudo tudo Tu-tu-do tu-tu-do tudo tudo Tu-tu-do tu-tu-do tudo tu-tu-do Tu-tu-do tu-tu-do tu de novo Essa tal máquina estétika Máquina de fazer bobo Alguma coisa entre o senso e o que faço Desenrola no espaço e parece não ir bem Eu sinto ondas de alegria e cansaço Me construo e me desfaço E me pergunto: O que é que tem? Um cinturão de asteroides e cartazes luminosos Que me vendem o céu por alguns vinténs Não se vê nada Nada de errado em comprar o incomprável E que nunca foi de ninguém Mas não me desce Ser ou ver um ser escravo O horizonte reduzido ao relicário capital O que me aquece para além desse triturador É nunca viver sozinho E reflorestar o que há O que há?