Quando eu nasci, ninguém me abençoou Pra andar, sobre essa terra Quando eu cresci ninguém ligou Nem pra mim, nem pra minha guerra Patinho feio, jogado pelos cantos Mas invejado e respeitado Com muito anseio de realizar sonhos Não querem me deixar vencer Sim, me perdi e acordei tarde demais Sim, me feri com as lâminas que tiram a paz Comendo o pão que o diabo amassou Mas sou abençoado, Deus sempre me livrou Não tenho posses, não tenho terras Mas tenho honra e ela impera Eu tenho um fusca e um violão e eu sou pra casar A solidão virou solitude A mansidão se tornou mais rude Estando sempre em guerra, com os arrombados Que fecham portas, destroem espaços Eu tenho que me armar, o inimigo e sem face Haja principado, haja potestade, aqui nessa cidade Me mantenho reto, me mantenho ereto Fujo dos covardes Não tenho nada na conta, mas tenho verdade Não sei se isso conta Tenho vontade, esperança Mesmo não sabendo dançar essa dança Eu tenho um fusca e um violão e eu sou pra casar