Só ligo no 220 volts e não sou o Pavarotti Sou do Parque Edu Chaves, São Paulo, Zona norte Nunca fui bom aluno, mas ultrapassei a média E se abrir meu crânio encontrará uma enciclopédia E se for para ser ruim, sou duro como um diamante Ou suave como a poeira em cima da sua estante Um instante, minha personalidade é abstrata E tem aerodinâmica acústica Música, sim o que faço é música e tal Minha poesia é urbana e adaptada para Servir como se fosse adubo para sua cabeça Fertiliza seu neurônio para que não apodreça Sou muito ceticista, odeio sectário Cresci no absurdo humanitário Eu sou o novo Picasso, novo Rembrandt Nem Freud me explica, eu sou artista, não galã A NASA me estudou, mas não conseguiram me entender Então me apelidaram de MaicknucleaR E eu vim de mitos antigos Becos, muros, fulos Malquisto, mal visto, impetuoso, impuro Sacana, bacana, um mago douto e culto Um surto lírico maldito em curto-circuito Que narra o nada em prosa falada É a caixa da sua razão jogada em sua privada Que nada, Pandora, Pandora, que nada Abre as pernas da percepção, Doroti e caga Boom, surgindo from la calle Sabe, sou Maick, aquele do Edú Chaves Nuclear, cientista louco, no ocus pocus Me dê a caneta e dois reais que desfaço destroços E nunca perco o foco Sou o criador, o condor nativo e louco elucubrador Sou da casa, do bairro, da cidade Literato da rua, radioatividade nuclear