Que diriam teus ancestrais que o tempo é infalível Que diremos nós, soterrados na areia Que dizer da água, que falar do deserto A solidão a espreita, a morte por perto A mais dura rocha quebra-se ao meio O tempo se perde no redemoinho Abre tua porta celestial, deixa tua dor numa estrela matinal Além dos limites dos pensamentos profanos Transpor mares revoltos, tempestades ardis Onde a imaginação fizer gritar na esperança Quando chegar ao cume da montanha Repouse tuas asas no infinito eterno Traga em tuas mãos a imagem e o suor Abre tua porta celestial, deixa tua dor numa estrela matinal Quando disser adeus, diga jamais Ainda há de brindar a última dose De tornar os desejos um encontro Tudo transcende a dor da despedida Caminhando num espaço sem sentido Onde a espada e a flor flutuam na paz Abre tua porta celestial, deixa tua dor numa estrela matinal