Matula no imbornal Duêmio De madrugada, eu pulo da cama, já lavo o rosto e tiro o jejum Preparo minha matula, e ponho dentro do embornal Calço as minhas alprecatas, pego o chapéu e vou pro batente Só volto á boca da noite, pro meu ranchinho, especial Dou um trato na ferramenta e boto no canto bem afiada Tiro a água na cisterna, encho a moringa pro outro dia Peguei zabelê na arapuca, para fazer o meu guizado Com um cafézinho bem quente, não durmo de barriga vazia. A minha gostosa merenda é farinha com rapadura, Coloco água e misturo, faço jacuba e passo pro papo Da luta, eu chego cansado, mas logo como um trem gostoso Tomo um banho de bacia, prá refrescar e visto meus trapos Trato os porcos no chiqueiro, daí, então já vou me deitar Feliz, vou sonhar com os anjos, que me regem no dia á dia Levanto e faço oração, prá que deus me livre de todo mal Sou feliz, vivendo assim,tenho amor e paz, saúde e alegria. Vicente lopes farnézio (duêmio)