Tão bonita, boa filha, comportada Estudiosa, fez menina a catequese Cozinhava, cuidava de toda a casa Só que tinha um sopro na válvula mitral Com qualquer nervoso já passava mal Fez um tratamento, não adiantou O filho da mãe, o doutor falou Toma cuidado com essa menina (o sopro!) Mais que problema, é uma sina Nunca lhe assuste, não bata, não O sangue lhe estoura o coração Mas um dia, no banheiro do colégio A loirinha refazia suas tranças E uns moleque encapetado, oitava série Resolveram lhe assustar de pura inveja Tacaram bombinha lá, pelo vitrô Um tremendo baque quando estourou O sangue estufou sua artéria orta Tava de olho aberto, mas já tava morta Enquanto morria e agonizava (a loira!) Ela praguejava aqueles moleques Dali pra adiante e nunca mais (a loira!) Ninguém no banheiro irá ter paz E gargalhou Toda feliz Foi pro caixão com algodão No seu nariz Cê toma cuidado na hora do xixi! Cê toma cuidado na hora do cocô! Não olhe pro espelho que ela vai tá lá! Te ameaçando que vai te pegar! Toma cuidado que ela te esgana! (a loira!) Toma cuidado que ela te rusca! (a loira!) Toma cuidado que ela te arranha! (a loira!) Toma cuidado que ela te assusta! (a loira) Toma cuidado que ela te assusta!