Lodo das Jegas, 14 de janeiro Me cuspiram no mundo, me tacharam violeiro Antes, porém, resorvi parpar galinha Carrear, fazer farinha, mansar burro e ser vaqueiro Inda me disse Zé de Jula, sanfoneiro Bicho besta é o tabateiro Ganha um dote e joga fora Falei: Ô Zé, sabe que tu tá é certo Vou sumir desse deserto Já tô indo, então tem hora Falei: Ô Zé, sabe que tu tá é certo Vou sumir desse deserto Já tô indo, então tem hora É duro, Zé Ser cantador pressa gente Que não conhece o batente De quem traz calo na mão É duro, seu Zé Eu tô que nem pinto no ovo Cantando moda pro povo Que não desgruda o zói da televisão Tô na cidade, fui tangido pela sorte Sina de atoleiro é morte Tô todo nesse atoleiro Viola em punho, boto a corage na guia Tõ todo dia botando o pé no carreiro Zé, lhe escrevo uma carta soletrando Hoje depois de dez ano Pra lhe dar meu paradeiro Ligo o rádio todo dia, Zé Tão judiando cum os pobre dos sanfoneiros Violeiros, cantadores, reiseiros É duro, Zé Ser cantador pressa gente Que não conhece o batente De quem traz calo na mão É duro, seu Zé Eu tô que nem pinto no ovo Cantando moda pro povo Que não desgruda o zói da televisão