Minha história começou Naquele navio, naquele navio Navegando pelos mares Naquele navio Num velho navio E de lá até aqui Eu não prosperei nada, nada E nem conquistei nada Sou o habitante das favelas (Sou, sou, sou) aquele que ocupa as calçadas (Sou, sou, sou) o inquilino das penitenciárias (Sou, sou, sou) sempre perseguido pela polícia (Sou, sou, sou) sempre esquecido pela política (Sou, sou, sou) o judiado da justiça Vi, vi o meu pai assim sem nada Eu vi o pai do meu pai assim sem nada Pois vi, hoje me vejo assim, sem nada Sem ter forças para mudar o curso do rio Vi, vi o meu pai assim judiado Eu vi, vi meu avô assim judiado Pois vi, hoje me vejo assim judiado Sem ter forças para mudar o curso do rio Será que os meus filhos vão conseguir mudar? Vão conseguir mudar, o curso do rio? Sou o habitante das favelas (Sou, sou, sou) aquele que ocupa as calçadas (Sou, sou, sou) o inquilino das penitenciárias (Sou, sou, sou) sou perseguido pela polícia (Sou, sou, sou) sempre esquecido pela política (Sou, sou, sou) o judiado da justiça Vi, vi o meu pai assim sem nada Eu vi o pai do meu pai assim sem nada Pois vi, hoje me vejo assim, sem nada Sem ter forças para mudar o curso do rio Vi, vi o meu pai assim judiado Eu vi, vi meu avô assim judiado Pois vi, hoje me vejo assim judiado Sem ter forças para mudar o curso do rio Será que os meus filhos vão conseguir mudar? Vão conseguir mudar, o curso do rio?