E B Nasci lá na roça e me criei no mato E No sistema antigo do caipira nato B A minha palhoça lá no pé do morro E Às margens das águas mais belas que eu acho B São águas que batem na pedra da serra E B E E caem borbulhando formando um riacho E B Quando é madrugada o galo já canta E Papai nos levanta e com o café quente B Acorda moçada a tarefa te espera E Covar o roçado e plantar a semente B E lá pras dez horas mamãe está chegando E B E Com os caldeirões de almoço pra gente B Depois da tarefa pegava a cabaça E Jogava nas costas e enxadava leira B Voltava fazendo um cigarro de palha E No degrau da porta sento na soleira B Lá vem a pequena toda sorridente E B E Livrar os meus pés da botina gomeira B De segunda a sexta é trabalho duro E No sábado a gente procura pagode B Domingo é novena rezo na capela E A vida é bela do jeito que pode B E nos braços dela passo a mão no pinho E B E E canto os versinhos que escrevi pra ela