Dentro desse corpo que carrego Mora Ana, a Joana, a Maria, a Isabela Todas elas que um dia você culpou Lambe a desgraça alheia Abaixa a cabeça, cala a boca e espera Sentindo um arrepio na vertebral Gosto de fumaça que amarga a língua Chupam as feridas que não cicatrizaram ainda Vejo você se transformando aos poucos Saindo de dentro do poço É um monstro Eu tô me libertando aos poucos de mim Eu tô me libertando aos poucos de mim Eu aprendi desde cedo Que mesmo morno eu devia gozar alto Pra satisfazer o silêncio entre nós Eu aprendi desde cedo Que tudo que sangra, fere e corta a alma Dilacerada num amargo sem fim Eu vou desaparecer É, juntei meus fragmentos, me joguei ao vento Depois de um tempo aprendi a me livrar do tormento Meus pensamentos me conduzem, eu não penso lento Vivendo acelerada, sem disposição para os lamentos Então deixa que eu faço por mim, dependo exclusivamente só de mim E ainda causo espanto por ser assim E nessa frequência vou até o fim E não há nada que faça mudar Dentro dessa sociedade de merda e louca Que criaram pra te dizer Que mulher não pode gozar nem ter prazer Eu tô me libertando aos poucos de mim Eu tô me libertando aos poucos de mim Eu aprendi desde cedo Que mesmo morno eu devia gozar alto Pra satisfazer o silêncio entre nós Eu aprendi desde cedo Que tudo que sangra, fere e corta a alma Dilacerada num amargo sem fim Eu vou desaparecer Eu vou desaparecer Tô me libertando Eu vou desaparecer