(Ei, levanta, volta pra casa) Agora eu tô longe, contando moedas Só o eco da voz que dizia que era cedo Fome no peito, lembrança me aperta No escuro da noite, olho pro teto, só penso: Volta Ei, ouvi dizer: Sempre tem pão na mesa Lá em casa nunca tá vazio, nunca na tristeza Fala mais alto essa promessa aí Até no lixo, tua palavra encontra quem caiu Volto pra casa, braços abertos me esperam Mesmo sujo de lama, sei que não me negam Meu Pai foi quem disse: Lucas 15:24 Ele estava morto e reviveu No coral a galera entoando: Bem-vindo outra vez Paguei preço alto, perdi noite, perdi sono Pensei que era livre, agora escuto só o dono Quando ainda estava longe, seu pai o viu Corri com vergonha, fui abraçado no frio Levanta-te, vai ao teu pai e diz Pequei contra o céu e perante ti E eu volto, volto correndo pra luz Não julga o passado, só aponta pra cruz A mesa tá cheia, festão começou Meu nome nos lábios, meu lar me chamou Fé carburando no cortejo Andei perdido, mas achei meu endereço Ladrão do tempo, me devolve o instante Pai, tua graça é abundante Volto pra casa, braços abertos me esperam Mesmo sujo de lama, sei que não me negam E a galera grita: Ele voltou! (Voltei, voltei) Lucas quinze, vinte e quatro – meu renascer (Bem-vindo, bem-vindo, bem-vindo outra vez)