Toda manhã sereno, passo lento no quintal Vejo o céu se abrindo cinza pra corar Vento brinca nos galhos, varre as horas no mural O silêncio pesa tanto, mas já vai passar Sinto o tempo escorrendo entre os dedos da mão Coração feito abrigo, tão vazio, tão são Mas insisto em olhar lá pra frente na estradinha do meu chão Carregando esperança, domando inquietação E a vida girou, me pegou de surpresa Nada foi como eu imaginei Desenhei mil futuros sem saber No abraço que não veio do sangue, encontrei Tudo aquilo que tanto sonhei (Luz acesa, casa cheia!) (Espaço aberto dentro do peito) Euforia, gira o mundo, pulsação não tem segredo Café na mesa posto, riso novo a transbordar No olhar que me espia, vejo o tempo voltar Palavras meio tortas, medo de ser chão Mas coragem cresce forte, quando escuto a tua mão Dizendo sem fala, com um gesto lateral Que a espera tomou forma, rima, corpo, ritual Nossos laços reescritos devagar, tão natural Dividindo a ausência pra se tornar real E a vida girou, me pegou de surpresa Nada foi como eu imaginei Desenhei mil futuros sem saber No abraço que não veio do sangue, encontrei Tudo aquilo que tanto sonhei Foi longo, eu sei Momentos vazios, silêncio em vão Mas hoje o pulsar se reparte, agita Tua risada aguda rebenta no chão E a vida girou, me pegou de surpresa Nada foi como eu imaginei Desenhei mil futuros sem saber No abraço que não veio do sangue, encontrei Tudo aquilo que tanto sonhei Muito mais que espera, alegria sem medida Divisão melódica na casa colorida Girando e rindo, dançando a saída Ser pai de verdade é tudo nessa vida! Braços abertos, casa em festa Bate palma, gira a cabeça Tua chegada valeu a pressa!