O relógio apressa e engole meus dias Faxina na alma, janela vazia Cada aviso do tempo, um aviso pra frente Cabelo mudando, mas dentro é diferente Desenho meus sonhos com traço de giz O mundo me pede mais do que eu fiz Amigos se vão ou mudam de tom Mas sigo guardando a infância na mão No café da manhã, o gosto é memória Enquanto o espelho ensaia sua história Novo aplicativo, mas o medo é antigo Riso sutil, abraço antigo Digitalizando saudade num toque Contando meus passos, a vida é um choque Entre bytes e batucada Sigo em plena caminhada Quero tempo de criança Pulseira da esperança Quarenta na tela Dez no coração Zona de espera Novo refrão Troco de era Mesmo refrão Sem resposta exata na busca do Google Encontro manias, perdições no tumulto Flashback de infância, pião rodando Mas a idade no app vai computando Me disseram que o tempo corrige Mas a pele não mente, o peito insiste Playlist antiga no fone tocando Em cada acorde meu mundo dançando Troco de fase, não troco de alma Deslizo, tropeço, reinvento a calma Moda passageira, essência é raiz Me vejo moleque só quando feliz Na faixa do meio, escrevo sentido Bit da saudade, flow partido Entre passado e impulso digital Sigo menino fenomenal Deixa rodar, deixa chegar Nenhum dado vai me limitar No compasso posso inventar Minha história, meu próprio lugar Quarenta na tela Dez no coração Troca de era Mesmo refrão Quarenta na tela Dez no coração Remix na alma Eterna canção