Passos pesados pelo pavimento Procurando pela pessoa perdida no passado Pensamentos persistem, pesam, pulsam Parece que parei no tempo Acordei hoje com cabelos brancos no espelho Conto calendários, quatro décadas de história Caminho cansado com corpo de conselho Mas minha mente mostra outra memória Carrego contas, compromissos, cobranças Contudo conservo o coração de criança Pessoas perguntam quando vou crescer de vez Prefiro preservar pureza que perdi talvez Quarenta anos nas costas, responsabilidade Mas dentro de mim, ainda mora aquele moleque Que pulava poças, perseguia pipa pela tarde E fantasiava futuro feito forte herói de hq Tento todo tempo tirar tudo que me trava Tentando tocar tambores de tempos atrás (Oh, oh, oh) Sou menino de quarenta Com rugas na cara e sonhos na mente O mundo me cobra madura conduta Mas meu peito ainda pula, contente Sou menino de quarenta Preso em corpo que o tempo transformou Mas por dentro continuo correndo Atrás do que nunca acabou (La-la-la, la-la-la) Falam fica firme, foca no futuro Fechei a fantasia dentro do armário Fingi ser forte, fiz figura de maduro Fabricando fachada, formando funcionário Mas a marmota mora mesmo é na molecagem Mesmo marcado por marcas do amadurecimento Mantenho minha música, minha malandragem Meu modo de menino em movimento A cada aniversário, aumenta a ansiedade As pessoas pedem postura apropriada Aprendi a apresentar aparente autoridade Apesar da alma ainda apaixonada por piada Ba-dum, ba-dum, ba-di-da Coração de menino que não quer parar Tá-rum, tá-rum, tá-ri-ra Mesmo com o tempo a me transformar (Oh, oh, oh) Sou menino de quarenta Com rugas na cara e sonhos na mente O mundo me cobra madura conduta Mas meu peito ainda pula, contente Sou menino de quarenta Preso em corpo que o tempo transformou Mas por dentro continuo correndo Atrás do que nunca acabou (La-la-la, la-la-la) Deixa eu ser, deixa eu ser O menino que nunca cresceu Deixa eu ver, deixa eu ver O mundo como sempre fui eu Quarenta! (Mas sou menino!) Quarenta! (No coração!) Quarenta! (Mas sou menino!) Quarenta! (Na solidão!) Rapidamente rompendo regras rígidas Resisto realidades ruins, racionais Recuso rótulos, rotinas repetitivas Renasço rebelde, rimas reais Pulso potente, persistente presença Preservo pureza, prazer, paciência Pessoas podem pensar precisa prudência Prefiro pular poças com pequena pretensão Sou menino de quarenta! (Sou menino! Sou menino!) Com rugas na cara e sonhos na mente! (Sonhos vivos! Sonhos vivos!) O mundo me cobra madura conduta! (Me cobra! Me cobra!) Mas meu peito ainda pula, contente! Sou menino de quarenta! (Quarenta! Quarenta!) Preso em corpo que o tempo transformou! (O tempo passou! O tempo passou!) Mas por dentro continuo correndo! (Correndo! Correndo!) Atrás do que nunca acabou!