O surto de razão que prolifera Arrasa uma era E comove a realeza Que deixa na peneira Os grãos cada vez mais grossos E mais diferentes Os que atravessam Não alimentam a gente O palhaço sem graça fugiu da praça O prefeito ditador agitou a massa Houve quebradeira e debandada Cidade fantasma história apagada Quem pensou foi ao inferno Quem não lê pensa que é o céu Solitários digerindo o próprio ódio Companheiros decaindo no umbral Acham que estão num bordel E a agonia Que transforma a noite em dia Faz peito taquicardia Cabeça patifaria Tira a paz e traz azia Foi assim que ela morreu E o desespero que atropela É desmantelo Lama no meio do joelho Grito, choro e apelo Bofete no meio dos beiço Foi assim que ele morreu Gole de cachaça Meia noite lá na praça Toca o violão Fazendo música do cão Chuta essa bola Não precisa ir pra escola Roube esse peixe E aproveite o banquete Gole de cachaça Meia noite lá na Praça E agora bó brincar de brasa