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Ópera o Retirante - Cena de Espancamento Na Paulista

Elomar Figueira Melo

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Ispera seu moço
Dêxa eu ispilicá
Num bate lhe peço
Iantes deu lhe falá
Meu êrro confesso
Mais essas pancada me dói

Num bate lhe peço
Tô errado eu sei
Se agora fragado
Faltoso cum a lei
Num tempo passado
Podes crê, meu Siô
Já fui bem criado

Lá na Vage dos Mêra
Na luita do trabai
Na prufissão primêra
Labuta de pastô
Donde passei a infância intêra
Guardan’as cabra de meu pai
E zelan’o gado de meu avô

Cheguemo a essas banda
Mode as circunstança
Paciença meu patrão
Dua tal dinplemença
Qui num dô difinição
Mode essa fiquemo
Sem nosso lugá

E à mingua viêmo
Sem nada pra cá
Caçan’ um futuro
Dua vida mió
Pra mode lhe juro
Nóis pudê istudá
Eu pra sê dotô
Mia irirmã sê prefessôra

Mais foi perdêdera
Crêa in mias voiz
Esse é o fim da histora
Apois a sorte essa ramêra
Madrasta cruel e algois
Cuma ancê de palmatora
Feito u’a fera
Deu purriba de nóis!

Já chega meu Siô
De tanta ispancação
Assim ancê me alembra
Disculpa a cumparação
Ua onça ligêra
Malvada e piquena
Qui hay no sertão

Lá na Vage dos Mêra
Que in certas minhã
Quan’ a noite serena
Ataca as marrã
E os burrego aspena
Pru sede de saingue
E de judiação
Dispois da prevessa

Bebê o qui pode
Baldona sem pressa
Lamben’ os bigode
E sem dá satisfação
Toda u’a nação de bode
Caída vencida
Sem sangue sem vida
Sem nada no chão!

Num ve que meu corpo
É franzin’e eu não aguento
Tanto ispancamento
Seu minin’ essa dô
Nos peito dói tanto
E a cabeça tomem
No intanto num intendo
E num intende ninguém
Prú quê (eu le peço
Siô tem piedade)

Ficô tão prevesso
Os irirmão da cidade
Verdade divera
Chega de castigo
Pois dessa manêra
Já mais num consigo
Mia vida priciosa
Já corre pirigo
É qui daqui a pôco
Garanto qui ancê
Num vai tê mais nada
De mim pra batê

Cabeça mais dura
Qui bôca de sino
Assunta um instante
Inda só um minino
Pobre e ritirante
De corpo franzino
Qui sangra e qui dói
Sô um nordestino
Mia mãe é um hino

Meu pai um herói
Teu nome é violença
Já intendo, já sei
Qui tua veança
Vem dos tempo do Rei
Vestida com o manto
De noiva da Lei
Tu mata o Santo
A mando do Rei
Tu faiz a vingança

Em nome da Lei
Tu mata a criança
A mando do Rei
Da virge formosa
De fulô no sei
Tu ismaga as rosa
Com os ferro da Lei
De açoite e chibata

Em nome da Lei
Agora me mata
Já lhe perdoei
É ua regra de ôro
Êsse é meu tisôro
Que derna deu minino
Nos peito guardei
Feito um trancilin
Do ôro mais fino

De prata um minino
Um fio nasci!
Num guenta mais nada
Meu corpo lascado
De tanta pancada
De tanto apanhá
Num resta u’a esperança
Nem qui fugidia
No fim do meu dia

Nem um sonho a imbalá
U’a porta u’a promessa
U’a vereda cumprida
Um fanal u’a tocha
A luz de u’a istrêla
U’a cancela u’a saída
Um refúgio u’a rocha
Um fiapo de vida
Já num sô mais nada
Nem tô mais aqui!

Num vejo mais nada
Nessa escuridão
De sangue qui lava
O meu coração
Nessa madrugada
Num tô mas aqui
Meu anjo me leva
Siguro na mão
Meu anjo me leva
Prus meus Ariri

Vêjo todas coisa
Nua prucissão
Nua estrada qui aperta
O meu coração
Qui é prosionêro
De tudo qui foi
Oh cancela aberta
Num ranja mim dói
De tudo qui alembra

De tudo qui foi
Ó lá o juazêro
Qui tem preisionêro
Drumino na sombra
O carro-de-boi
Lagoa sangrada dos meu Ariri
Nessa madrugada num tô mais aqui
Tó mais Dejanira na Lua minguada
Brincano nas coroa de área do ri

Já num sô mais nada nem lá nem aqui
Numa trupelada as coisa mim vem
São coisas sagrada derradêro bem
Já vejo a casinha, o chiquêro, a criação
Fulô na Lapinha de vovô Damião
A serra, os oi d’água, a vazante da Junça
O gado pastano, o graúdo, a miunça
Oh morte mim dispensa
Meu pai no terrêro, maguada lembrança

E no canto daquela sala na jinela
Do canto da sala
Calada e donzela
Mia mãe
Tão moça e tão bela
E eu
Qui nunca mais vi ela
Morrê feit’um cadelo assim
Oh Deus
Meu grande Elohim
Receba a alma
Que deste a mim

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