Há corações que nascem suaves Como rios que não sabem ferir Trazem nas mãos a bondade Sem temer o que pode ruir Mas o mundo, em suas marés incertas Prova o sentido do ser Só quem ama em meio à sombra Descobre o dom de crescer Pois há flores que nascem do espinho E seguem perfumando o caminho Não é fragilidade, é claridade Ser luz num tempo de vaidade A alma pura, mesmo esquecida É a força oculta da vida E o amor, mesmo ferido, renasce Na essência que nunca se desfaz O tempo revela o que é ouro E separa, aparência do essencial Quem doa sem esperar retorno Vê o divino no natural Há quem não compreenda o gesto terno Por não sentir seu valor Mas o silêncio do justo é abrigo Que protege o jardim do amor Pois quem serve sem se perder É quem mais aprende a viver Não é fragilidade, é claridade Ser luz num tempo de vaidade A alma pura, mesmo esquecida É a força oculta da vida E o amor, mesmo ferido, renasce Na essência que nunca se desfaz Quando a dor repousa no peito E o orgulho já perde o efeito O espírito entende o motivo Só o amor é o que fica vivo Não é fragilidade, é eternidade Ser luz no meio da tempestade Pois tudo passa, menos quem traz A essência, que sempre é paz