Havia um menino com a mente em trovão Correndo mais rápido que a própria canção Um nevoeiro denso na rua da infância E um mundo que andava em outra constância O mundo lá fora perdia o matiz Deixando por dentro a sua cicatriz Vieram os anos num vale de espera A alma buscando a sua primavera Em livros antigos, a chave e o farol E em acordes tristes, um novo sol A força nascia na ausência de plateia Tecendo a mais pura e nobre odisseia Mas dentro do peito, uma melodia Guardada em silêncio, me dava anistia E eu me remendei com os fios da fé Pra ficar de novo, com a alma de pé Aprendi a ser meu refúgio e meu lar E fiz da minha força o meu próprio altar Até que uma luz, num instante de prece Mostrou que a tormenta por fim arrefece Um sopro de alívio, um calor de repente Lavando as feridas da alma e da mente E o guerreiro interno, que estava guardado Desperta mais forte, por tudo o que foi passado Pois dentro do peito, floriu a melodia Que antes em silêncio, me dava anistia E eu me remendei com os fios da fé Pra ficar de novo, com a alma de pé Aprendi a ser meu refúgio e meu lar E fiz da minha força o meu próprio altar