Nas paredes do tempo, um eco ainda soa De quem plantou sementes em terra que magoa As pontes que hoje a gente atravessa com pressa Foram o sonho de alguém que fez uma promessa Deixaram as leis, a arte, a roda, a canção Ferramentas forjadas na superação Eram vozes caladas, visões singulares Que hoje são nossos rios, que hoje são nossos mares E o que é bom, é o que fica A poeira dos séculos não sabe apagar A essência da alma que insiste, que irriga A terra do hoje com o dom de sonhar É a força de quem soube, mesmo em agonia Seguir em frente e crer que um novo dia Nasceria da luta que o corpo não via Os grandes filósofos, em sua solidão Buscando a verdade na própria escuridão Foram taxados de loucos, hereges, dementes Por aqueles que tinham as mentes ausentes E quem os feriram no auge da dor Hoje usa a justiça, a lógica, a cor Bebe da fonte que eles cavaram com as mãos Sem nunca entender suas reais intenções Pois o que é bom, é o que fica A poeira dos séculos não sabe apagar A essência da alma que insiste, que irriga A terra do hoje com o dom de sonhar É a força de quem soube, mesmo em agonia Seguir em frente e crer que um novo dia Nasceria da luta que o corpo não via Essa é a herança, a espiritualidade De quem transforma a dor em oportunidade Em cada batalha que a gente assumir Tem a força de todos que ousaram florir Em meio ao deserto, em meio ao não A nossa verdade é a continuação Dessa luta sagrada, dessa imensa jornada Sim! O que é bom, é o que fica! A poeira dos séculos não vai apagar! A essência da alma que insiste e que irriga A terra do agora com o dom de lutar! É a força de quem soube, mesmo em agonia Seguir em frente e ser a profecia Da luz que desponta num novo, eterno dia